Seca e água no Sertão de Pernambuco





O grande dilema dos sertanejos é a falta de chuvas. Em anos de irregularidades climáticas a situação dos pequenos agricultores se torna insustentável pela falta de água e alimentos para os animais. Quando chove normalmente há uma oferta abundante de pastagem na caatinga e água nos riachos, açudes e barreiros para suprir as necessidades dos animais, contudo, há anos em que as chuvas não são suficientes para formação de água em açudes e barreiros, como também para formação de pastagens. Em 2010 as chuvas que ocorreram no Sertão não foram boas para a produção de alimentos e nem para formação de pastagens para os animais. Dados meteorológicos observados no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido, demonstraram que: no mês de janeiro choveu 26,2 mm. No mês de fevereiro choveu 39,2 mm e 119,3 mm no mês de março. Embora esse volume seja considerado bom para as lavouras, as chuvas dos meses seguintes não foram significativas. No mês de maio choveu somente 13,0 mm. Em junho e julho, choveu 24,5 e 22,5, respectivamente. Já em agosto e setembro, choveu apenas 0,4 e 9,6 mm, respectivamente. Em outubro choveu 40,4 mm e em novembro não foi registrada nenhuma precipitação. No mês de dezembro choveu 45,0 mm. Embora o volume total tenha sido de 377,9 mm no ano, a irregularidade na distribuição, principalmente nos meses de fevereiro a abril, não proporcionaram boas colheitas. Em algumas comunidades do Sertão de Pernambuco os agricultores tiveram muita dificuldade para suprir a necessidade de água para os caprinos e ovinos em 2010. No município de Santa Maria da Boa Vista a necessidade de água dos animais foi suprida pelo carro-pipa. Alguns agricultores chegaram a gastar mais de R$ 1.500,00 com carro-pipa para suprir a necessidade de água de um rebanho de 120 cabeças  de caprinos e ovinos nos meses de agosto a dezembro.

As garças-brancas-pequenas e os carrapatos dos bovinos na caatinga





As graças-brancas-pequenas na época de suas revoadas, são um espetáculo a parte nas paisagens do Sertão. Essas aves alimentam-se principalmente de pequenos peixes em lagos e lagoas eutrofizados, contudo quando não há mais peixes, as garças consomem tudo que encontram pela frente na lama. Esta ave pode consumir também pequenos roedores, anfíbios, répteis e insetos. As garças-brancas fazem certo controle das populações de peixes nos lagos e lagoas das caatingas do Sertão, principalmente no período de seca quando a estiagem prolongada provoca a evaporação das águas desses reservatórios. Esses pássaros também são vistos seguindo animais, principalmente os bovinos em busca de carrapatos. Na fotografia, podemos ver que as garças seguem um grupo de bezerros da raça sindi em uma pastagem de capim buffel na caatinga. Por outro lado, quando as pequenas lagoas ficam com pouca água, as garças capturam todos os peixes, que possivelmente sobreviveriam no próximo período de chuvas. Esse convívio pode ser uma forma natural de controle dos carrapatos no rebanho, porém, os criadores deveriam manter uma pequena lagoa em sua propriedade e sempre colocar um pouco de alevinos para manter as garças por perto.

O belo gavião-carijó da caatinga



O gavião-carijó (Rupornis magnirostris) é uma das mais belas aves de rapina da caatinga nordestina. Essa ave pode chegar a mais de 40 cm de comprimento com uma plumagem belíssima variando de cinza a marrom e um azul escuro. No peito as listas marrons e brancas dão um tom de beleza inigualável. O gavião-carijó alimenta-se de pequenos vertebrados e tudo que consegue caçar quando está com fome. Esta espécie, embora seja a mais abundante do Brasil, não é vista com facilidade. Este gavião também é conhecido pelos nomes de anajé, gavião-indaié, inajé e indaié. Esse exemplar foi observado sobre uma casa de vegetação da Embrapa Semiárido logo após capturar um pequeno pássaro.
Blog criado por alunos do Colegio Modelo de Juazeiro Bahia da Turma A do 2ª ano.data de criação:18/05/2011: Lucas Olimpio